17 de ago. de 2012

Tem alguém em casa?




A seguir, a apreciação de nosso colega Victor Costa sobre a peça "Tem alguém em casa?", de autoria de nossa também colega Di Souza.

No domingo 22 de julho, no Teatro Municipal de Araraquara, foi apresentada a peça Tem alguém em casa?, de autoria de Néia Souza, nossa colega da Produção Literária.

O espetáculo começa com uma tensão contínua que acompanha os personagens a todo momento. A relação entre pai e filho, já muito desgastada por alguns motivos que nos são apresentados logo no início, torna, por alguns instantes, a peça um pouco óbvia. Mas, pela maneira como as coisas se desenvolvem, pelos diálogos precisos e objetivos apresentados ao público de maneira sucinta, expõe-se tudo o que é preciso saber para tirarmos nossas próprias conclusões. O drama consegue nos fisgar definitivamente - a trama provoca então uma grande empatia no espectador. Somos surpreendidos por eventos decisivos que conduzem os personagens por caminhos inesperados. O conflito constante e as contradições enriquecem ainda mais o espetáculo, que apresenta primorosamente um drama de qualidade, onde, apesar de tudo, a esperança persiste a todo tempo. Há uma grande valorização do conteúdo: o enfrentamento direto entre pai e filho, ambos em contato com os demais personagens, caracteriza grande parte da ação na peça. A magnitude desse drama exige muita intensidade no desenrolar dos acontecimentos, que conta com uma ótima caracterização através das ações, dos diálogos entre personagens e também da atuação. Tudo isso conduz a um final em que é preciso o público estar muito atento, pois as cenas tornam-se muito rápidas e dinâmicas, respeitando, porém, o ritmo natural da história.

Esperamos que em Araraquara surjam novas peças com esse nível de qualidade, que possam permitir ao público alimentar-se da vontade de voltar novamente ao teatro, começando a frequentá-lo com maior assiduidade, sem receios e com a certeza de que vai presenciar um belo espetáculo.

Victor Costa

Um comentário:

  1. Amém Victor! Afinal, sem público não há teatro. E ressalto que o texto da Di Souza é muito sensível, com uma percepção aguda do que acontece em muitos lares.

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