16 de jul. de 2013

Liquidificador, de Victor Costa


A Flip estava diferente. Na última edição, por exemplo, era Drummond pra todos os lados: estátua, fotos, trechos de poemas. Já este ano, Graciliano Ramos, o escritor homenageado, ficou de lado. Houve eventos interessantes nas duas casas Folha, no Instituto Moreira Salles, na Casa da Cultura, na Casa do Autor Roteirista, com uma programação paralela muito mais diversificada que em outras edições.


No sábado pela manhã, a Casa Folha 2 ficou entupida de gente. Alguns dos que estavam do lado de fora nem sabiam o que acontecia e mesmo assim se acumulavam na Rua do Comércio. Do lado de dentro, Zeca Camargo falava do livro “Nu”, uma autobiografia.

À tarde, o que mais me chamou a atenção na programação foi um bate-papo na Casa do Autor Roteirista, com o diretor de cinema e televisão Luiz Fernando Carvalho. Entre outras coisas, ele falou da sua experiência na elaboração do roteiro de seus filmes, na direção de algumas novelas como Helena e Esperança; ainda comentou sua minissérie Subúrbia, que foi ao ar no ano passado, na Rede Globo. O local ficou lotado, obviamente. Vários globais apareceram no evento. Quando terminou, fui até a Mariana Ximenes e pedi pra mãe dela tirar uma foto nossa, depois tirei uma com José de Abreu e, por fim, com Thelma Guedes, autora de telenovelas como O profeta, Cama de gato e Cordel Encantado. Eu disse que adoro o trabalho dela e blá blá blá.

E à noite, como de costume, tudo terminou em pizza.

No domingo depois do almoço fomos a caminho da Estrada Real, mas acabamos dentro da mata, nas pedras duma cachoeira. Entre fotos e escorregões salvaram-se todos. E nós nem sabíamos que a maior aventura seria na volta, a caminho de Araraquara.

Graças ao  motorista? – malabarista que acelerava ao subir a serra, entre abismos; eu cravava as unhas no banco da van, mais tenso a cada curva. Me senti dentro dum liquidificador. Eu devia ter aproveitado a oportunidade e feito um milk shake.


Victor Costa


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